CÓDIGO
Veja como estabelecer esse contato com o chefe ou os colegas para dizer (e ouvir) o que cada um precisa melhorar
Quem já passou pela experiência de receber um feedback sabe que nem sempre é fácil. Você se vê sentado na frente do seu gestor ou coordenador, está tenso, suas mãos suam, seus pés se movem involuntariamente embaixo da mesa. É claro que todo momento de avaliação gera expectativas e, muitas vezes, tensão, mas o feedback não é nenhum bicho de sete cabeças e, se você souber usá-lo a seu favor, a ferramenta só vai ajudar a crescer profissionalmente. Segundo Jade Carvalho, da consultoria DMRH, esse retorno é importante para discutir resultados e direcionar o profissional sobre seu desempenho. “É um momento para alinhar as expectativas, tanto do gestor quanto do profissional que está recebendo o feedback, além de ser uma troca fundamental para o crescimento e melhoria na rotina de trabalho”, diz ela.
Apesar de o feedback ser um tema bastante citado, poucos profissionais – especialmente os mais jovens – entendem de fato qual é a sua dinâmica. Por exemplo, você sabia que existe feedback positivo? Negativo também, é claro. Há o feedback entre pares de trabalho, já ouviu falar? Confira abaixo os tipos de feedback e a melhor forma de lidar com cada um.
Negativo - Nem sempre é fácil ouvir o chefe ou par enumerando falhas ou dizendo que você não está superando suas expectativas. É difícil ser avaliado, ainda mais quando o retorno não é positivo. Por isso, é importante manter a cabeça aberta, ouvir e refletir sobre as opiniões do gestor. Ficar na defensiva e não procurar entender a opinião do outro só vai piorar as coisas. Afinal, as críticas fazem parte do trabalho e podem ser o ponto de partida para ser um profissional melhor.
Positivo – Maravilha! Quando o feedback é positivo, o chefe (ou par) expõe ao profissional comportamentos e atitudes que vêm gerando bons resultados e o incentiva a continuar no mesmo caminho. No entanto, há sempre espaço para evoluir. Por isso, durante o retorno, os envolvidos podem pensar em como atingir novas metas e crescer ainda mais.
De chefe para subordinado – É o tipo mais comum de feedback. É papel do gestor apresentar para o funcionário os pontos negativos e positivos de sua atuação, sempre propondo sugestões para melhoria. Jade Carvalho, da Cia de Talentos, explica que esse é um momento de troca, pois juntos, gestor e funcionário, podem criar planos de ação e estabelecer metas que devem ser atingidas. “O feedback ajuda o profissional a ‘enxergar’ questões que para ele não eram claras e, conseqüentemente, aprimorar seu perfil profissional”, completa.
Entre pares – Menos comum, esse tipo de feedback pode ser uma boa saída para melhor o trabalho em equipe e alavancar os resultados de um time, explica Beatriz Maluf, sócia da Vereda Recursos Humanos. O ponto de atenção aqui é nunca se colocar na posição de chefe, já que os dois profissionais envolvidos estão no mesmo nível hierárquico. Esse tipo de atitude só vai colaborar para a inefetividade da conversa. Por isso, reúna exemplos de comportamentos ou atitudes que estão prejudicando os resultados profissionais e explore esses tópicos com seu par. Juntos, pensem em um plano de ação para resolver tais questões.
Do subordinado para o chefe – Não é o mais usual, porém, há gestores que, no momento em que estão dando o retorno para o subordinado, dão espaço também para o funcionário expor seus pontos de vista. Nesse momento, vale usar as regras do feedback, como dar exemplos concretos e sempre focar na crítica construtiva, buscando apresentar exemplos do dia a dia para que não restem dúvidas. Lembrando sempre que o feedback, deve conter elementos positivos e negativos, e nunca apenas críticas.
Como receber - Para garantir a efetividade do feedback, é válido anotar os pontos críticos citados pela pessoa que conversou e refletir sobre o que foi falado. Jade explica que é interessante agendar uma segunda conversa, em um tempo estipulado pelo gestor, para discutir se as estratégias e planos de ação para melhorar possíveis pontos negativos que foram colocados em prática. É esse segundo feedback que vai determinar se o primeiro realmente gerou resultados, garantindo que o profissional se desenvolva e cresça. Afinal, seria inútil apontar situações problemáticas e depois não avaliar se foram solucionadas.
Como falar - A comunicação é um ponto que pode definir se um feedback será bem ou mal sucedido. Para isso, deve-se apresentar situações do dia a dia como exemplo, além de usar uma fala clara e objetiva, evitando mal entendidos ou interpretação diferente. “É preciso entender o perfil do profissional que irá receber o feedback, a forma que ele se comporta frente à diversas situações, como reage, como se organiza e se estrutura. A partir disso, desenha-se como o feedback será transmitido”, explica Jade, da Cia de Talentos. A consultora explica que há profissionais que preferem receber feedback de forma mais assertiva, ou seja, “sem rodeios”, porém há quem não reaja bem a esse estilo. De qualquer forma, completa Jade, o fundamental é sempre ter exemplos que ilustrem o feedback que será dado, evidenciando o contexto, a ação e os resultados. Assim, o retorno deixa de ser uma conversa subjetiva e se torna um retorno concreto, com mais chances de gerar resultados positivos no futuro.
Tem hora e lugar – Outro preocupação importante é a escolha do momento certo para o feedback. É importante escolher uma sala apropriada, sempre num lugar reservado. Isso evita que o funcionário se sinta exposto, explica a consultora. Segundo Beatriz, da Vereda RH, não existe uma frequência ideal para o feedback. Isso vai depender muito do tipo de negócio e da dinâmica da própria equipe. Porém, ela pontua que o feedback deve ser periódico e usado sempre que o gestor ou funcionário sentir necessidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário