quarta-feira, 5 de abril de 2017

A Mulher no Mercado de Trabalho

CÓDIGO

A ocupação feminina em cargos de gerência no Brasil saltou de 22,1% em 2010 para 31,3% em 2015, o que significa uma elevação de quase 2 pontos percentuais por ano, aponta o último levantamento do Instituto Ethos – “Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 maiores empresas do Brasil e suas ações afirmativas”. O estudo conta com a cooperação do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e da Fundação Getúlio Vargas. Apesar do salto, a pesquisa revela que a presença feminina nas empresas sofre um afunilamento na medida em que a hierarquia sobe e atinge postos mais estratégicos – apenas 11% das cadeiras dos conselhos administrativos, por exemplo, são hoje ocupadas por executivas. Sob a perspectiva de raça, o estudo mostra uma exclusão ainda maior das mulheres negras dos cargos executivos estratégicos e de gerência. As mulheres negras são apenas 1,6% da gerência e 0,4% do quadro executivo. Para se ter uma ideia desse recuo, a pesquisa encontrou apenas duas mulheres negras (pretas e pardas) entre 548 executivos analisados. Quando questionados sobre a causa da restrita participação feminina em ao menos um dos níveis hierárquicos estratégicos das empresas, 36,9% dos gestores disseram faltar conhecimento ou experiência de sua empresa para lidar com o assunto. Outros 34,2% disseram “não haver interesse das mulheres”. “O interesse feminino pela qualificação e por galgar postos no campo profissional pode, no entanto, ser percebido quando olhamos os dados da pesquisa sobre capacitação. Segundo o estudo, o nível de instrução das mulheres é superior ao dos homens – 7,5 anos de estudo contra 7 deles, na média”, salienta Caio Magri, presidente do Instituto Ethos.

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