quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Relação de Competição X Relação de Parceria

CÓDIGO

Algumas conseqüências da competição intergrupos
O que acontece dentro de cada grupo competidor?
* Cada grupo torna-se mais unido, o que provoca uma maior lealdade da parte de seus membros;
* O clima do grupo transforma-se, de informal e casual, para orientado no sentido do trabalho e da tarefa;
* Os padrões de chefia tendem a evoluir de mais democráticos para mais autoritários, tanto quanto o grupo se habilita a suportar uma chefia mais autocrática;
* Cada grupo torna-se mais altamente estruturado e organizado;
* Cada grupo exige mais lealdade e conformidade dos seus membros, com vistas a poder apresentar uma frente única.
O que acontece entre os grupos competidores?
* Cada grupo começa a ver os outros como inimigos;
* Experimenta distorções de percepção, ao tentar notar só as suas melhores partes e negar as suas fraquezas. Os membros desenvolvem um estereótipo negativo frente aos demais grupos;
* A hostilidade para com os demais grupos aumenta a medida que a interação e contatos com eles diminuem. Dessa forma, fica mais fácil manter os estereótipos negativos e mais difícil de corrigir as distorções de percepção.
* Se os grupos são forçados a interação, sendo obrigados, por exemplo, a ouvir certos representantes de outros grupos; cada grupo tenderá a ouvir com mais atenção o seu próprio representante e não escutar os dos outros grupos, exceto para encontrar erros na sua exposição.
* Tendo em vista o clima de competição existente, a relação entre os grupos transforma-se em um conflito de ganhar/perder.
O que acontece ao que ganha?
• O vencedor mantem a coesão, podendo até tornar-se mais unido;
• Tende a afrouxar a tensão existente, perdendo o espírito de luta e mostrando-se complacente, casual e descontraído;
• Volta-se para uma elevada cooperação dentro do grupo, preocupando-se mais com as necessidades dos membros do que com o trabalho e a sua execução;
• Passa a sentir que a vitória confirmou o seu estereótipo positivo e o negativo do grupo inimigo.
O que acontece ao que perde?
- Há uma grande tendência para o que perde negar ou falsear a realidade da derrota.
- Se o fracasso é aceito, o grupo vencido tem a propensão a se desmembrar. Problemas não solucionados vem á tona, começam as lutas; tudo em um esforço para encontrar uma causa para a derrota.
- Como o vencido está sob tensão, encontra-se mais apto a trabalhar duramente e desesperado para descobrir algo ou alguém para censurar, seja o próprio dirigente ou o que decidiu contra ele.
- Predomina uma baixa cooperação dentro do grupo e um baixo interesse pelas necessidades dos membros,
- O grupo vencido aprende muito a respeito de si mesmo, porque o estereótipo positivo que possuía de si próprio e o negativo que possuía do outro se modificam pela derrota, obrigando-o a uma reavaliação das percepções.
O efeito real da situação ganhar/perder é muitas vezes o derrotado não se convencer da sua derrota e a tensão intergrupos tornar- se maior do que antes da competição ter iniciado.
O problema fundamental da competição intergrupos está na luta de objetivos e a quebra de interação e de relações entre os grupos. O rompimento entre os grupos, por sua vez, permite e estimula a distorção das percepções e a mútua estereotipação negativa.
A estratégia básica para a redução do conflito será descobrir objetivos sobre os quais os grupos possam concordar e restabelecer a comunicação válida entre eles. As táticas empregadas podem ser as seguintes:
- Localizar um inimigo comum;
- Inventar uma estratégia de negociação;
- Localizar um objetivo superior.
A maior parte destas estratégias depende do reconhecimento da existência de um problema por parte da organização e da vontade dos grupos competidores em se esforçarem para reduzir as consequências negativas. A realidade, porém, diz que a maior parte das organizações nem reconhecem a existência do conflito, nem estão dispostos a investir tempo e energia para solucionarem-no.
O administrador que queira evitar a competição intergrupos não precisa abandonar o conceito de divisão de trabalho, mas deve seguir algumas fases abaixo indicadas ao criar e orientar os diferentes grupos funcionais:
• Dar ênfase a eficiência organizacional total e ao papel dos departamentos para que esse objetivo possa ser atingido.
• Estimular a interação e comunicaçãao frequente entre os grupos.
• Evitar as situações de ganhar/perder, não opondo os grupos como competidores.
O conflito e a discordância ao nível do grupo ou de tarefa organizacional é não só desejável, mas também essencial para se conseguir melhores soluções para problemas. O prejudicial está no conflito interpessoal ou intergrupal, no qual a tarefa deixa de ser o objetivo-fim e a meta passa a referir-se as vantagens que um grupo possa alcançar sobre o outro.
O conflito necessário para o desempenho da tarefa é que aumenta a eficiência geral. Diz-se maior quando existem relações de colaboração, porque os grupos e seus membros confiam uns nos outros suficientemente para serem francos e honestos ao partilharem as suas opiniões e informações. Numa situação de competição, cada grupo encontra-se forçado a esconder dos outros os seus recursos especiais, não permitindo assim a integração eficiente de todos os setores da organização.

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